Prá "dar rock" no Rio
- decasweb
- 4 de set. de 2022
- 6 min de leitura

Olá,
Sejam muito bem vindos ao blog!
Na semana em que se iniciou a nona edição do Rock in Rio, quem deixou o sábado para lá de animado e o fim de semana em alto astral foi o Coelhão.
A vitória por dois a zero contra o Coritiba manteve o América na primeira parte da tabela do Brasileiro, o aproximou ainda mais dos sonhados 45 pontos, diminuiu a diferença para várias equipes que estão no G6 e o distanciou ainda mais do Z4. Além disto, os empates de Bragantino e Ceará, mesmo em partidas em que a lógica seriam as vitórias de Palmeiras e Flamengo, entre Cuiabá e o São Paulo, e a derrota do Fortaleza para o Botafogo, aumentaram ainda mais a “gordura” necessária para que a equipe se mantenha entre os 10 primeiros, mesmo que venha a sofrer algum tropeço pela frente.
Assim como em um festival de rock em que as primeiras músicas tocadas pela banda preferida dão uma ideia o quão bom será o restante da apresentação, o América iniciou a segunda parte da Série A entusiasmando o torcedor, com quatro vitórias e dois empates, fazendo a 3ª melhor campanha do returno (agora atrás apenas de Fortaleza e Flamengo) e melhorando a cada rodada os seus números na competição, o que o coloca atualmente na 8ª posição geral, a 7ª melhor campanha em casa e a 13ª em jogos fora de seus domínios. Embora considerando todos os jogos da competição o ataque alviverde ainda possua números fracos, com 22 gols marcados em 25 jogos, no returno conseguiu marcar em todas as partidas, totalizando 9 gols nas seis rodadas iniciais . Os números defensivos também melhoraram consideravelmente, e já são três os jogos no returno em que terminou sem ser vazado (ou seja, 50% das partidas disputadas), reduzindo a média geral de gols sofridos para 1,00 por jogo, embora ainda com um saldo negativo de 3, e a única equipe entre as 10 primeiras, com mais gols sofridos do que marcados. Apenas para efeito de comparação entre a campanha geral e a que está realizando no returno, o Coelho fez no turno 13 gols em 19 partidas, com média 0,68 gol por jogo, contra a média de 1,5 gol por jogo no returno. No turno havia levado 22 gols e detinha uma média 1,16 gol por jogo e no returno sofreu apenas 3, com média 0,5 gols por partida. Uma evolução empolgante como um solo de guitarra.
Na partida deste sábado, Mancini teve à sua disposição pela primeira vez no Brasileirão, 32 dos 34 atletas inscritos para a Série A, sendo que as duas únicas ausências foram as de Juninho, cumprindo suspensão, e Jori, em processo de recuperação física e técnica após longo período afastado por lesão. A possibilidade de utilizar praticamente todo o elenco, possibilitou ao treinador americano um interessante leque de opções para a escalação dos 11 iniciais, mesmo com Alê e Benítez sem condições de jogar todos os 90 minutos devido ao longo tempo de ausência dos gramados.
Como costumeiramente tem feito nas últimas partidas, Mancini escalou o time de acordo com as características do adversário e desta vez preferiu aumentar a altura da defesa americana, sacando Ricardo Silva, que havia feito uma boa atuação contra o time de Vespasiano, e colocando Iago Maidana em seu lugar, para tentar combater a maior estatura do trio ofensivo paranaense, que contou com Allef Manga (1,90 m), Fabricio Daniel (1,82 m), e Adrián Martínez (1,80 m). Nas laterais manteve Cáceres e Marlon, com Éder completando o setor defensivo. Com a ausência temporária de Juninho, a dúvida era de quem seria escalado para exercer a sua função em campo, considerando que não existe no elenco nenhum outro jogador com características parecidas ao “Kanté” americano. Com a necessidade de vencer em casa, sem poder contar com Alê nos 90 minutos e por ser o Coritiba o pior visitante do campeonato, Mancini surpreendeu e começou a partida com um meio de campo mais leve e ofensivo, utilizando Matheusinho e Martínez. No ataque, voltou com Pedrinho no time titular ao lado de Everaldo e Henrique Almeida.
Com uma proposta um pouco diferente das últimas partidas, utilizando uma marcação mais alta e um ataque de alta velocidade pelos lados, o América permitiu ao Coritiba alguns contra-ataques, especialmente no primeiro tempo. Embora muitos torcedores possam até achar que Juninho não tenha feito falta, a realidade é que com o passar do tempo, os jogadores da frente deixaram de acompanhar o meio de campo adversário, e um enorme espaço se formou entre as duas últimas linhas do time americano sem ter ninguém para preenchê-lo. Apesar do ótimo primeiro tempo de Martínez em sua melhor partida até agora com a camisa verde e preta, ele e Matheusinho, não conseguiram dar o combate necessário para minimizar o trabalho de Lucas Kal.
O América iniciou a partida utilizando praticamente só o seu lado esquerdo e Pedrinho voltou a ser excessivamente individualista, até fazer o gol, aos 29 minutos da etapa inicial. Mesmo na hora de comemorar, se absteve de dirigir em direção à torcida que estava atrás do gol ou a cumprimentar os seus companheiros. Tem qualidade e até melhorou no trabalho de recomposição defensiva, mas precisa entender que não joga sozinho.
Matheusinho depois de um primeiro tempo de regular para bom, cresceu e se destacou especialmente com as saídas de Pedrinho e Martínez, talvez por ter voltado a jogar em uma faixa de campo em que está mais acostumado a atuar. Henrique Almeida fez um primeiro tempo bom, mas cansou e demorou a ser substituído. Aliás, as últimas duas alterações no segundo tempo do técnico americano poderiam ter ocorrido mais cedo: Depois de Benítez e Alê, que entraram aos 15 minutos e Danilo Avelar, aos 24 minutos, Felipe Azevedo e Mastriani demoraram para substituir Pedrinho e Almeida, e suas entradas aos 31 minutos melhoraram o setor ofensivo, e não por coincidência o segundo gol americano marcado por Matheusinho ocorreu logo depois, aos 32, após uma troca intensa de ataques de parte a parte em boa parte da etapa final, incluindo bolas no travessão pelos dois times. Benítez demorou a se encontrar em campo, mas depois que conseguiu fazê-lo, demonstrou ótima visão de jogo e pelo menos no sábado, demonstrou ser mais criativo que Martínez. Mastriani, com pouco tempo em campo, entrou com disposição e indiretamente participou no último gol da partida.
No próximo fim de semana o América volta às terras cariocas para enfrentar o Botafogo que conseguiu uma vitória surpreendente fora de casa contra o Fortaleza, o melhor time do returno até agora. Que a derrota cearense sirva de alerta para os jogadores americanos e que os resultados conquistados anteriormente contra o time da estrela solitária não criem uma falsa sensação de que já ganhamos. Prá “dar rock” no Rio, ter confiança é importante, mas a soberba pode ser uma grande armadilha.
Que no domingo o Coelhão consiga uma nova vitória e se aproxime ainda mais do G6 (ou será G7?), para que possamos cantar a música tema do Rock in Rio, lá mesmo, de uma forma um pouco diferente:
Se a vida começasse agora
E o mundo fosse nosso outra vez
Se a gente não parasse mais de cantar
De sonhar
E de ganhar !!!
Woo, woo, woo
Rock in Rio
Abraços e até a próxima semana!
Cesar Santos
Se você ainda não ouviu ou não conhece, todas as sextas-feiras está disponível um episódio inédito do podcast “Santos Americanos”, falando sobre o Coelhão das Minas Gerais. O programa conta a participação deste que lhes escreve e Marcão do Castelo, famoso por seu blog e pelas aparições em diversos programas de conteúdo a respeito do América. Para ouvir, basta procurar por “Santos Americanos” no campo de pesquisa na sua plataforma predileta (Spotify, Amazon Music, Apple Podcast, Deezer, Google Podcast, Radio Public, Pocket Casts e You Tube). As sugestões de pautas para o programa e os comentários podem ser enviados pelos perfis no instagram e twitter de @decasweb e @marcaodocastelo, aqui no blog ou no campo de comentários no You Tube. Ouça, comente, se inscreva e compartilhe.
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Foto: América FC
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