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Há males que vêm para o bem

  • Foto do escritor: decasweb
    decasweb
  • 21 de ago. de 2022
  • 8 min de leitura


Olá,


Sejam muito bem vindos ao blog!


Na última quinta-feira tivemos a realização da segunda partida das Quartas de Final da Copa do Brasil entre o América e São Paulo, e infelizmente o Coelhão não conseguiu avançar para as Semifinais.


Apesar do bom público no estádio, da rua de fogo, da festa nas arquibancadas e da vontade demonstrada dentro de campo, o decacampeão esbarrou em um time que soube aproveitar os vacilos do nosso time no primeiro tempo e que abusou da cera no segundo. Vergonhoso para um time que já foi campeão do mundo.


Apesar das críticas que se possa fazer à escalação dos 11 iniciais de Mancini para o confronto, com Ricardo Silva na zaga e Éder como volante improvisado, o que parece ter pesado mesmo contra o Coelhão foi mais uma vez a afobação em querer reverter rapidamente a desvantagem sofrida no jogo de ida, fato que aliás, foi visto por diversas vezes nesta temporada, especialmente na Libertadores.


Já dizia o velho filósofo que em futebol não se deve confundir velocidade e rapidez com pressa e afobação, e os dois gols sofridos na quinta-feira demonstraram que na pressa em querer “matar” a jogada do adversário, o time acabou cedendo espaços valiosos para o tricolor paulista, que por ter uma boa dupla de ataque, soube reverter em gols. Aliás, o time paulistano efetivamente só foi superior no curto espaço de tempo entre o seu primeiro gol, aos 23 minutos da etapa inicial, até o chute de Iago Maidana de fora da área, por volta dos 40 minutos da mesma etapa. Daí em diante, só deu América, mesmo que jogando de forma precipitada e desordenada.


Apesar dos erros de passe causados especialmente pela afobação em dar celeridade à partida, da escalação inicial que não funcionou, da individualidade excessiva de Pedrinho em uma partida em que a única vez que acertou uma assistência se converteu no gol de Everaldo e da complacência do árbitro da partida que acrescentou ridículos 7 minutos ao tempo regulamentar, a sensação ao final dos 180 minutos é que dava para o América ter passado de fase, mas também de que saiu da disputa de cabeça erguida, com a segunda melhor campanha da sua história na Copa do Brasil e a melhor do ano entre todos os clubes mineiros que a iniciaram.


Mas, e se o Coelhão tivesse passado de fase?


Embora no futebol já tenhamos testemunhado um sem número de surpresas e zebras, a verdade é que passar pelo rubronegro carioca seria evidentemente muito mais difícil. Depois de um início de Brasileirão muito ruim, o Flamengo se acertou na competição e tem passado por cima de seus adversários com certa facilidade, mesmo quando utiliza a sua equipe de reservas. Sem querer diminuir a grandeza do nosso próprio time e mesmo reconhecendo o ótimo momento que o América vem atravessando, não há como negar que superar os cariocas seria ainda muito mais complicado e os jogos contra a equipe da Gávea, poderiam comprometer a principal meta do ano, que é a de permanecer na Série A em 2023.


(Cabe aqui ressaltar a enorme coincidência no sorteio dos jogos da Copa do Brasil. Sem querer tecer nenhuma teoria da conspiração, foi incrível que sem existir uma separação dos clubes por potes, que América, Fortaleza, Atlético GO e Athetico não tenham se encontrado nas Quartas de Final, e nem os times de maior investimento, como Flamengo, Corinthians, Fluminense e São Paulo, tenham se esbarrado. Mas foi só uma coincidência…).


Como se sabe, os jogos de ida das Semifinais da Copa do Brasil já acontecem nesta semana, com a partida da volta marcada para o dia 14 de setembro. Sendo assim, caso o América tivesse passado de fase, estas partidas ocorreriam na mesma semana dos confrontos contra o time de Vespasiano e Corinthians. Considerando que a equipe do Flamengo é a favorita para ser a campeã da Copa do Brasil, uma desclassificação diante deles poderia trazer um reflexo extremamente negativo nestes dois jogos imediatamente seguintes do Coelhão pelo Brasileirão. Além disso, Mancini teria que se preocupar em poupar ou revezar o grupo de jogadores, o que poderia prejudicar até mesmo o restante da temporada. Um exemplo disso já aconteceu neste domingo contra o Athletico, quando os laterais Cáceres e Danilo Avelar tiveram que ser poupados e nem viajaram para Curitiba, e Pedrinho, Everaldo e Wellington Paulista começaram no banco de reservas para evitar um maior desgaste e lesões.


No futebol tudo pode acontecer e não devemos temer nenhuma equipe, mas considerando que ainda não alcançamos o objetivo principal do ano, talvez a eliminação na Copa do Brasil tenha sido um mal que veio para o bem. Se por um lado perdeu-se uma premiação de oito milhões de reais, por outro, o time saiu da competição com o moral elevado por ter conquistado quatro vitórias incontestáveis contra os seus dois primeiros adversários na competição e por ter realizado duas partidas de igual para igual nas Quartas de Final contra o tricolor paulista e quase ter alcançado uma nova virada histórica.


Estamos mudando de patamar e precisamos de uma taça para marcar este momento, mas também precisamos mais do que nunca de preservar a confiança da equipe, o estado físico dos jogadores e aproveitar o entusiasmo da torcida. Não é hora de jogar um balde de água fria sobre nada disto e se tudo der certo, no clássico do próximo domingo, vamos comemorar mais uma vitória sobre eles, mas com um time completo e descansado.


Vamos prá cima deles Coelhô !



RAPIDINHAS

No empate contra o Athletico neste domingo, Mancini repetiu uma fórmula que tem se tornado praxe no seu novo América: time atuando de forma reativa, com linhas baixas e tentando explorar as jogadas rápidas pelas laterais, mas que diante do gol sofrido e das saídas precoces de Alê e Matheusinho ainda no primeiro tempo, o obrigaram a mudar. Até para justificar mais uma vez o título do post desta semana, há males que vêm para o bem e as entradas de Martínez e Pedrinho melhoraram o desempenho da equipe como um todo. Apesar de se poder comemorar o empate alcançado contra o time paranaense pelo fato do Coelhão ter jogado fora de casa, em um gramado sintético, com duas substituições ocorrendo muito cedo e com pouco tempo de recuperação entre as partidas de quinta-feira à noite e a de domingo, ficou a sensação de que a vitória era possível, pela enorme quantidade de jogadas reais de gol que criou. Henrique Almeida fez um golaço de bicicleta e a essa altura, pelo tanto que tem se entregado em campo e os importantes gols que fez, já até merece um pedido de desculpas da torcida e a renovação de seu contrato ao final do ano, mesmo que seja para ser apenas um reserva. Boi Bandido, por exemplo, que chegou cercado de expectativas, não fez metade do que Almeida já entregou nesta temporada.



Mais cedo do que se imaginava, Benítez foi poupado da partida contra o Athletico por conta de um desconforto muscular. Considerando que o jogador não pode participar da partida da Copa do Brasil na quinta-feira por já ter sido inscrito pelo Grêmio em outra fase da competição, esperava-se que o argentino estivesse em campo neste domingo, no lugar de Alê. Torcemos para que ele seja o próximo a “queimar a nossa língua” e não tenha sofrido nenhuma lesão mais grave, até mesmo porque os seus primeiros jogos foram bons.



Embora não tenha feito uma partida espetacular, Martínez fez uma boa estreia, especialmente se considerarmos que ele chegou há poucos dias e sua entrada no domingo nem estava prevista. A “semana cheia” de treinamentos vai com certeza ajudar muito em seu entrosamento com o restante da equipe.



Conforme já era previsto e foi comentado no post da semana passada, Juninho Valoura se despediu do América, tendo sido emprestado para o CRB de Alagoas até o final do seu contrato com o nosso alviverde. Em sua segunda passagem pelo clube, o jogador não conseguiu repetir as mesmas atuações que teve no Bahia e Fortaleza, e sua única grande partida pelo Coelho aconteceu no ano passado, justamente contra o tricolor baiano. A bem da verdade, pelo que jogou na temporada de 2021, Valoura nem merecia ter continuado no elenco de 2022 e o fato de ter pedido para não ser escalado como o “10” do time, limitou a sua função dentro de campo e a ser o reserva permanente do capitão Juninho. Sua saída abre uma vaga importante para a contratação de um bom segundo volante para a próxima temporada.



Vi esta semana alguns comentaristas discutindo a respeito da situação do Alê no time após as contratações de Benítez e Martínez. Para mim, Alê passa a partir de agora a revezar com Juninho na função de segundo volante, posição em que ele se encaixa melhor, apesar da pouca velocidade e capacidade em recompor defensivamente. Eventualmente, dependendo da situação da partida, também poderá substituir Benítez, por este não ser um meia muito marcador. Sem dúvida, a chegada recente dos três novos estrangeiros ao América, deu ao Mancini ótimas possibilidades de alterar a formação do time e as funções dos jogadores em campo, dependendo do adversário e do andamento das partidas. Pode-se dizer que para ficar com um elenco ainda mais encorpado, faltou ao decacampeão nesta janela de transferência apenas concretizar a contratação de um outro primeiro volante para que o treinador americano parasse de improvisar Lucas Kal e Éder na posição, já que claramente ele não gosta do Zé Ricardo e Flávio, possivelmente por serem, na opinião dele, fisicamente e tecnicamente mais fracos.



Algumas semanas atrás, questionei em tom de provocação, se o América era um time de mercenários ou apenas limitado. O post que chegou a incomodar alguns leitores tinha o intuito de desafiar os argumentos daqueles que achavam que o time só jogava bem na Copa do Brasil por conta da premiação alta que o elenco ganharia. Considerando que o alviverde não passou para as semifinais da CB e que o grupo depois de um período difícil na Série A, conseguiu alcançar a façanha histórica de 4 vitórias em sequência pelo Brasileirão, onde estão os torcedores que defendiam a questionável tese?



Recentemente, ao (tentar) justificar a sua saída do América em plena disputa do Brasileiro do ano passado, Mancini alegou que aceitou o convite do Grêmio pelo fato de que já estava no mês de outubro e os dirigentes do Coelho não haviam o procurado para renovar o seu contrato para 2022. Se pensarmos que este ano a temporada se encerra em novembro, será que o clube já manifestou a ele a intenção de renovação?



No próximo domingo temos o último clássico do ano. É hora de aproveitar o bom momento do time para incentivá-lo a diminuir a diferença que existe hoje em relação ao time de Vespasiano. Além da possibilidade de ultrapassá-lo em até duas rodadas, uma vitória americana nos aproximará ainda mais dos sonhados 45 pontos para se poder começar a ter sonhos mais altos na competição e já pensando em 2023.


Se você ainda não ouviu ou não conhece, agora às sextas-feiras tem sempre um episódio novo do podcast “Santos Americanos”, disponível no Spotify, Amazon Music, Apple Podcast, Deezer, Google Podcast, Radio Public, Pocket Casts e no You Tube, com a participação deste que lhes escreve. O programa conta ainda com o Marcão do Castelo, famoso por seu blog e pelas aparições em diversos programas de conteúdo do Coelhão. Para ouvir, basta procurar por “Santos Americanos” no campo de pesquisa. As sugestões de pautas e comentários para o programa podem ser enviados pelos perfis no instagram e twitter de @decasweb e @marcaodocastelo, aqui no blog ou no campo de comentários no You Tube. Ouça, comente e compartilhe.



Abraços e até a próxima semana!


Cesar Santos



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Foto: América FC





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