E vai se criando um tabu…

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Em um clássico em que prevaleceu mais a disposição do que o bom futebol, o América empatou neste domingo em 1 x 1 com o time de Vespasiano, e a sensação ao final da partida foi a de que o time poderia ter vencido se tecnicamente estivesse em um dia melhor. Apesar de terem crédito por atuações recentes, a falha de Matheus Cavichioli no gol adversário e a não conversão do pênalti cobrado por Henrique “Caloi” Almeida, foram determinantes para se sair de campo com apenas um ponto conquistado. No entanto, se formos olhar pelo lado positivo, com o resultado do fim de semana o Coelho permaneceu na primeira parte da tabela de classificação, tendo diminuído em 1 ponto a sua busca pelos 45 teoricamente necessários para se manter na Série A, manteve a invencibilidade no Brasileirão, e continua com um número baixo de gols sofridos no returno, de agora apenas 3 em 5 jogos, ou os mesmos 3 nas últimas 6 partidas pela Série A.

Conforme previ no último episódio dos “Santos Americanos”, Mancini optou por entrar com Ricardo Silva na zaga nos 11 iniciais, por ser um jogador mais forte fisicamente e para poder bater de frente com o atacante adversário que gosta de usar muito a sua força física para ganhar vantagem sobre os defensores que o marcam. Nas laterais, preferiu um mais ofensivo pela esquerda (Marlon) em contraponto à Cáceres mais recuado pelo lado direito. Na ausência de Alê e Benítez, escolheu Martinez para começar, e para ajudar na recomposição nas subidas de Marlon, revezou Felipe Azevedo e Everaldo por aquele lado. A destacar a ausência mais uma vez do argentino Benítez, que conforme era previsto quando foi anunciado como reforço, não tem ficado à disposição do treinador alviverde.

O jogo se iniciou com o time sendo surpreendido com um gol logo aos 8 minutos e que surgiu de um contra-ataque adversário que aconteceu numa falha de posicionamento defensivo em que Éder foi obrigado a fazer uma falta e acabou recebendo o cartão amarelo. Na cobrança, Cavichioli, que havia realizado uma partida espetacular contra o Athletico no outro final de semana, pareceu estar muito adiantado e ter calculado mal a velocidade da bola e a deixou passar por debaixo do seu corpo. Até aquele momento, nem o Coelho e nem o adversário tinham acertado um chute em direção à meta de seu opositor.

Felizmente e demonstrando que o time está maduro e motivado, o América não se desequilibrou emocionalmente e foi ao ataque tentar o empate, o que veio a acontecer 10 minutos depois, também no primeiro chute americano em direção à meta adversária, com Henrique Almeida, numa bela jogada de Juninho. O gol trouxe justiça ao marcador e o jogo ficou igual. O pênalti marcado pelo VAR, que não foi visto pelo juiz e nem reclamado pelos jogadores do deca-campeão em campo, poderia ter selado uma nova vitória alviverde, mas sem os cobradores oficiais do time em campo (Iago Maidana e Wellington Paulista), Henrique Almeida em alta e cheio de confiança pelos gols recentes que fez, cobrou com força, mas à meia altura e quase telegrafado em qual canto seria. Méritos para o goleiro também.

O segundo tempo das duas equipes foi ruim e Mancini realizou algumas substituições discutíveis e que não melhoraram o time, mas com a clara intenção de tentar torná-lo mais ofensivo. Ao longo da etapa final saíram Martinez, Everaldo, Felipe Azevedo, Henrique Almeida e Cáceres para as entradas de Matheusinho, Aloisio, Pedrinho, Wellington Paulista e Patric, sendo que a entrada do Boi Bandido foi a mais estranha, já que ele passou a jogar como um meia direita. Ao contrário dela, Mancini poderia ter utilizado, por exemplo, de Mastriani e invertido Pedrinho de lado. Talvez o fato do empresário de Aloísio ter deixado no ar a possibilidade da saída antecipada do jogador antes do final do seu contrato, possa ter influenciado na escolha. Apesar disso, as duas melhores oportunidades de gol na etapa final foram justamente do atacante naturalizado chinês. Cavichioli por sua vez, teve um segundo tempo relativamente tranquilo.

Individualmente podemos destacar as boas partidas da dupla de zaga, formada por Éder e Ricardo Silva e como sempre, de Juninho. Martínez que estreou como titular, fez uma partida sem brilho e esperava-se que ele se destacasse mais no clássico, embora não tenha comprometido. Pedrinho entrou mais uma vez mal, e tem justificado sua condição de reserva. Precisa jogar mais pelo time e errar menos ao tentar ser tão individualista. A destacar o elevado número de passes errados do time e os vários chutões para frente, apenas com a intenção de se livrar do perigo.

Apesar das vitórias de Goiás e Coritiba na rodada, o América acabou se beneficiando com os empates de Cuiabá x Santos, Ceará x Athetico e pelas derrotas do Atlético-GO, Avaí, Botafogo e São Paulo e se manteve entre os 10 primeiros. A diferença em pontos para o G6 é a mesma para o Z4: 7 pontos.

Sábado tem Coritiba no Independência à noite e o Coelho precisa voltar a vencer. Os dois últimos resultados contra times que estão à sua frente na tabela de classificação podem até ser considerados bons, mas contra adversários que estão abaixo dele, a vitória é obrigatória.

Se no domingo não tivemos muito a comemorar, pelo menos podemos dizer que vai ser criando um novo tabu no clássico, e desta vez ao nosso favor.

Abraços e até a próxima semana!

Cesar Santos

Se você ainda não ouviu ou não conhece, agora às sextas-feiras tem sempre um episódio novo do podcast “Santos Americanos”, disponível no Spotify, Amazon Music, Apple Podcast, Deezer, Google Podcast, Radio Public, Pocket Casts e no You Tube, com a participação deste que lhes escreve. O programa conta ainda com o Marcão do Castelo, famoso por seu blog e pelas aparições em diversos programas de conteúdo do Coelhão. Para ouvir, basta procurar por “Santos Americanos” no campo de pesquisa. As sugestões de pautas e comentários para o programa podem ser enviados pelos perfis no instagram e twitter de @decasweb e @marcaodocastelo, aqui no blog ou no campo de comentários no You Tube. Ouça, comente e compartilhe.

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Foto: América FC