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As Velhas Novas Apostas Americanas

  • Foto do escritor: decasweb
    decasweb
  • 17 de jul. de 2022
  • 9 min de leitura

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Olá,


Sejam muito bem vindos ao blog!


Segunda-feira de tremenda ressaca para a torcida americana após a terrível derrota no domingo contra o Bragantino. Os dois gols adversários logo no início da partida deixaram claro que a noite seria de passar muita raiva e de assistir a pouco futebol da equipe, e mais ainda, de se confirmar que o clube precisa se reforçar urgentemente para reagir na competição.


Se servir de consolo, nesta segunda-feira, dia 18 de julho, abre-se a 2a janela de transferências de jogadores deste ano para o futebol brasileiro e que irá até 15 de agosto. É a oportunidade que as equipes têm para se reforçar com atletas de outros times e negociar aqueles que estão encostados em seus elencos, quer seja pela falta de motivação por estar na reserva, por deficiência técnica ou física ou até mesmo, por desavenças com treinador e torcida.


Entretanto, apesar da possibilidade de agora se contratar, a missão de encontrar bons reforços é árdua, já que diversos jogadores que disputam a principal divisão do futebol brasileiro já atingiram o limite de jogos imposto pela CBF e não podem atuar mais por um outro clube dentro da atual edição do Brasileirão. Para quem não sabe, o regulamento da competição prevê que um atleta que tenha disputado sete partidas por uma equipe, não pode disputar o mesmo campeonato por um clube diferente. Esta restrição, em meio a 17 rodadas já realizadas pela Série A, faz com que a maioria dos transferidos ou venham do exterior ou das outras séries do futebol brasileiro, especialmente da B. É o último cartucho a ser queimado para se poder melhorar o desempenho das equipes no Brasileirão e o nível de investimento nessa segunda metade do ano, vai demonstrar quais são aquelas que estão dispostas a lutar pelo título, por uma vaga na Libertadores ou até de se livrar de um indesejável rebaixamento.


No caso específico do América, iniciamos a janela com quatro desfalques certos, cada um por um motivo diferente: Jailson se desligou do clube em virtude da briga pela titularidade no gol do Coelhão; Paulinho Boia se desvinculou do alviverde para ficar livre no mercado para poder aceitar uma proposta melhor, preferencialmente do Exterior; Kawê não renovou o seu vínculo com o deca possivelmente já de olho em uma proposta do Bragantino, seu próximo clube, e Berrío não teve o seu contrato renovado após longos e longos meses de recuperação de uma cirurgia.


Se por um lado a saída destes atletas pede a necessidade urgente de se fazer uma reposição de peças no elenco, possibilita também uma folga considerável na folha salarial do time, considerando que os salários destes que saíram, provavelmente não deviam ser baixos, já que Jailson veio do Palmeiras, o Boia estava jogando no Exterior e Berrío, apesar de parado há muito tempo, veio do Khor Fakkan, dos Emirados Árabes Unidos. Com um grupo menor e sofrendo o ano todo com desfalques por lesões, é a hora do Coelho se aproveitar dessa sobra de dinheiro no caixa e dos prêmios acumulados na Libertadores e Copa do Brasil para se reforçar e se garantir na Série A em 2023. Até julho, o clube já havia recebido cerca de 32 milhões de reais entre prêmios e participações acumuladas.


Porém, conhecendo a diretoria americana como todos conhecemos, a tendência é que com a chegada do meio do ano as contratações do Coelhão sejam ainda mais escassas e calculadas na ponta do lápis pelo clube. O receio em contratar jogadores considerados caros, com contratos longos e sob o risco de cair para a Série B no ano seguinte com recursos muito menores, tira o sono dos nossos cartolas e consequentemente da torcida, e encontrar atletas no mercado que aceitem vir para o clube com contratos mais curtos, que tenham disputado menos de 7 jogos no Brasileirão na Série A, com salários mais baixos e/ou inflados apenas com prêmios por performance e objetivo conquistado, reduz ainda mais o universo de possíveis contratações. Não é de estranhar portanto que os nomes cogitados até agora, sejam de jogadores mais velhos ou com histórico de lesões.


No momento, três nomes são especulados para serem contratados: o meia Martín Benítez, o zagueiro Ricardo Silva e o volante Thiago Santos, sendo que os dois últimos já tiveram passagem pelo Coelhão. A princípio são bons reforços desde que joguem o que já jogaram em outras épocas.


Ricardo Silva é um velho conhecido do clube e hoje não tem mercado na Série A. Seu retorno é previsto há semanas e sua chegada é uma tentativa de se recuperar a segurança do setor defensivo, embora no momento, todos os zagueiros contratados este ano estejam à disposição de Mancini. O fato de ter realizado apenas uma partida oficial neste ano pesa contra ele. A seu favor conta o fato de jogar sério e de conhecer boa parte do grupo e a forma tática que o treinador gosta de adotar.


Thiago Santos é o menos provável de vir. Segundo a imprensa gaúcha, o técnico Roger Machado conta com ele para o restante da temporada do Grêmio, apesar das críticas da torcida tricolor. Pelo seu estilo de jogar e principalmente pelo fraco futebol de Lucas Kal ao longo do ano (basta ver o jogo dele contra o Bragantino neste domingo) é um nome bem recebido pela torcida americana. Pesa contra ele a idade (32 anos) numa função que exige muito desempenho físico e por ser tecnicamente limitado.


Mas e quanto a Martín Benítez? Será que é hora de apostar nele?


Conforme já comentado, o América acabou de liberar o jogador Berrío, que foi anunciado como reforço em julho de 2021 e que fez apenas dois jogos pelo Coelho, totalizando menos de 30 minutos com a camisa do clube. Apesar de ter enfrentado uma cirurgia de um problema médico só diagnosticado após estes dois jogos, já se sabia desde que foi contratado, que Berrío em seus 7 meses no último clube, o Khor Fakkan, dos Emirados Árabes Unidos, não havia atuado em nenhuma partida, e estava sem jogar desde o encerramento de seu contrato com o time árabe. Chegou ao América com uma conhecida atrofia muscular, mas mesmo assim os dirigentes americanos entenderam que seria uma boa oportunidade de mercado. Mas não foi. Poderia até ter sido apenas uma aposta errada, mas o fato é que ela é uma de várias outras cometidas.


Apenas para relembrar os casos mais recentes, em março de 2021, o decacampeão contratou o atacante Luiz Fernando que chegou ao clube ainda em processo de recuperação de uma cirurgia no ligamento do joelho direito, e que permaneceu no departamento médico por mais de três meses. Foi relacionado para apenas duas partidas e não chegou a estrear em campo tendo sido dispensado ao final da temporada. Dizem que sua contratação foi uma imposição do empresário de Bruno Nazário para trazer este último a jogar pelo Coelho. Pelas péssimas atuações de Nazário em sua passagem pelo deca, foi um caso típico de uma dupla aposta errada.


Outro jogador que a diretoria não quis acreditar no histórico médico e que foi trazido na mesma temporada foi o lateral direito Eduardo, em abril de 2021. Poucos meses depois, em julho, o lateral precisou ser substituído durante uma partida contra o Sport pela 12ª rodada do Brasileiro, tendo sido constatada uma “recidiva do quadro do tumor benigno” que ele tinha sofrido anteriormente quando ainda jogava pela Chapecoense. O jogador havia passado por uma cirurgia para a retirada de um “osteoma osteoide” na canela esquerda em 2019 e ficou 5 meses sem jogar. Recuperado, realizou 23 jogos pelo Ceará na temporada seguinte, sendo 14 como titular. No América, o atleta completou apenas 10 jogos e está encostado no elenco desde então, esperando por um novo clube ou ser dispensado ao final do ano.


O meia-atacante Guilherme foi outra aposta contratada pelo Coelho apesar do conhecido histórico de lesões. Em sua passagem pelo alviverde esteve em campo em apenas 8 jogos e não surpreendeu a ninguém o fato de ter sofrido lesões ao longo da temporada de 2020, como uma no ombro, em uma partida diante do Avaí, e outra na panturrilha, durante um treino. Outro tiro na água da diretoria.


Mas como toda regra tem uma exceção, em janeiro deste ano o América contratou Henrique Almeida, atacante conhecido pelo longo período de inatividade por conta de lesões e de jejum em fazer gols. O jogador ficou sem jogar durante 20 meses e voltou aos gramados pela Chapecoense após uma lesão no tendão de aquiles, em outubro de 2021. Com certeza foi a contratação do ano mais contestada pela torcida, mas contrariando a todos os prognósticos, está próximo de completar 20 jogos pelo clube mesmo sendo o 2º reserva para a posição de centroavante do time. Até gol já fez este ano.


Assim, entre os três nomes cogitados inicialmente para a próxima janela (Martín Benítez, Ricardo Silva e Thiago Santos), a chegada do argentino é aquela com mais cara de uma típica aposta americana. Entregue ao departamento médico do Grêmio em virtude de uma lesão nos ligamentos do joelho esquerdo, a diretoria da equipe gaúcha já havia manifestado a intenção de devolvê-lo ao Independiente de Avellaneda, dono do seu passe, ao final desta temporada. Segundo os gaúchos, Benítez é um ‘negócio de risco’, por ser um frequentador assíduo do DM. Em 2020, em nove meses atuando pelo Vasco da Gama, o argentino disputou 33 jogos, marcou três gols e fez três assistências. Apesar disso, conviveu com problemas físicos que o tiraram de várias partidas da temporada. Na Série A do Brasileirão daquele ano, desfalcou o time carioca por oito partidas e posteriormente, sofreu lesão na panturrilha direita que o tirou da reta final da competição. Transferido em 2021 para o São Paulo, entrou em campo em 42 oportunidades e balançou as redes quatro vezes. Pelo Grêmio, no entanto, Benítez participou de apenas 12 jogos, com duas assistências e nenhum gol marcado.


Se Benítez será um novo Berrío, Guilherme, Luiz Fernando, Eduardo ou Henrique Almeida, só o tempo dirá. O que todos sabemos é a extrema necessidade do América em contratar, especialmente em relação ao setor ofensivo, devido às frequentes lesões de Wellington Paulista e Everaldo, à demora na recuperação física de Aloísio Boi Bandido (que depois que também se lesionou voltou visivelmente com mais peso), às saídas de Paulinho Boia, Kawê e Berrío e o péssimo desempenho ofensivo do ataque americano na Série A até agora: 12 gols em 17 partidas.


O que mais preocupa é o fato de que faltando menos de 4 meses para o Brasileirão se encerrar, o clube só queira ou só tenha para oferecer para atrair novos reforços, os pagamentos em dia e uma SAF que não sai do papel. Quais jogadores se interessarão pelo “projeto” do América cujo futuro é incerto para o próximo ano, principalmente estando no momento na zona de rebaixamento? Quantos outros “Ricardos Silva” estariam dispostos a ficar sem jogar por outro clube só esperando a abertura da janela de transferência para então vir para o Coelhão? Difícil responder, mas a janela é curta e a necessidade do nosso decacampeão se reforçar é grande. Com uma pontuação que atualmente pode o colocar na lanterna da Série A ao final do turno, é hora de ser criativo e ousado e principalmente de acreditar que 2023 pode ser um ano ainda melhor do que foram os dois últimos.



RAPIDINHAS

Berrío cujo desligamento do América foi anunciado em 11 de julho último, continua como jogador do elenco americano no novíssimo site do clube. Atualizar a página oficial é o mínimo que se espera dos profissionais responsáveis pela área de comunicação do deca.


A propósito, o aplicativo oficial do clube desenvolvido pela AixMobil está ainda mais desatualizado e aquém do que o torcedor merece. Se o presidente da SAF América Marcos Salum concorda a respeito da importância das redes sociais para o crescimento da torcida, é também necessário que recursos básicos como site e aplicativos de celular, sejam além de bem feitos, atualizados diariamente.


Aliás, a última posição do clube no ranking de melhores médias de público em jogos do Brasileirão não surpreende. Os números só refletem as mudanças constantes na política de ingressos adotada pelo clube, a campanha irregular no campeonato e o atual processo de renovação da torcida que, querendo ou não, é pequena. O que surpreende mesmo é a demora na contratação de um novo diretor de marketing para o clube. O América precisa urgentemente de um profissional do mercado e que saiba explorar sua atual exposição intercontinental e entre outras coisas, saiba criar mecanismos para incentivar a volta dos torcedores ao Independência depois que parte deles se acostumou a assistir aos jogos do Coelhão apenas pela tv durante a pandemia. A própria torcida tem sugerido uma variada gama de iniciativas que poderiam ser adotadas. O clube precisa ser mais ágil e ousado em suas contratações, inclusive para uma posição executiva. Apesar de todos os contratempos, o América vive o melhor momento de sua história recente e as sementes que forem bem plantadas agora vão refletir em um Indepa lotado de americanos daqui a alguns anos. Quem viver, verá!


E já que falamos muito em aposta no post desta semana, na próxima terça-feira tem sorteio da Copa do Brasil e o América é o único de Minas na disputa. Excetuando Flamengo, que além de ter se acertado em campo, está também se reforçando, todos os demais adversários são difíceis mas passíveis de serem superados. Pensando em ir mais longe, é hora de torcer e cruzar os dedos para que haja uma disputa entre Flamengo x Corinthians ou São Paulo na próxima fase, enquanto o deca poderia enfrentar qualquer um dos outros quatro times. Se pata de coelho realmente traz sorte, este é o momento de aproveitar as nossas quatro. Saravá !



Abraços e até a próxima semana!


Cesar Webby



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Crédito: canva.com

4 commentaires


eniolimabh
19 juil. 2022

Parabéns amigo pelo ótimo texto, rico em informações e conhecimento. O América está em crescimento e precisa de projetos como esse para dar voz a seu torcedor. A série A precisa ser encarada como a Copa do Mundo para o Coelho. Apesar das limitações técnicas do elenco, acredito na sua permanência. No entanto, concordo com a necessidade de reforços pontuais. Tamo junto...


#MarcouMarcou

Enio Lima

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decasweb
decasweb
19 juil. 2022
En réponse à

Obrigado, Enio Lima. Sinto-me honrado em ter você como um leitor do blog. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, nem sempre as críticas possuem a intenção de tumultuar um trabalho que está sendo feito, mas de dar uma visão diferente para melhorar aquilo que está sendo executado. Obrigado e que 5a feira possamos ouvir muitos "marcou, marcou" na sua voz. Abraço!

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decasweb
decasweb
19 juil. 2022

Parenzi, concordo com tudo que você escreveu. Será que depois de dois anos com receita farta a diretoria americana vai preferir voltar aos tempos das vacas magras e do obscurantismo da Série B? É hora de arriscar mesmo que a colocação ao final do Brasileirão seja a 16a. Temos que pensar grande e oferecer aos jogadores pretendidos, salários e duração de contratos compatíveis com os que os nossos concorrentes estão oferecendo, para poder trazer soluções para o time e não problemas para o DM resolver. Abraço!

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parenzi.consultor
19 juil. 2022

Parabéns por mais um excelente texto! Nosso problema nos últimos anos tem sido o baixo número de gols. E nesta temporada não está sendo diferente. A permanência na série A será fundamental e chegou a hora de arriscar um pouco mais e trazer alguém em condições de jogar. Se fizermos mais gols, poderemos nos dar ao luxo de tomar alguns também. Precisamos de um armador, um atacante e um primeiro volante. É hora de gastar nessas 3 posições. Com o resto dá para levar. Mas tem que vir para jogar imediatamente. Nada de recuperar forma física. Nada de contundidos. Não tem como roubar um artilheiro da série B jovem? Contratar um armador estrangeiro? Repito: a volta para a série B…

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