Adiós, Libertadores?
- decasweb
- 23 de out. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: 24 de out. de 2022

Olá,
Sejam muito bem vindos ao blog!
Sem querer me alinhar aos charlatões que habitam este planeta e que dizem ter a capacidade de antecipar o que irá acontecer no futuro, já há algum tempo vinha comentando a respeito das partidas difíceis que o América iria enfrentar a partir da segunda metade do returno. Por uma coincidência, feliz ou não, a tabela do Brasileirão deste ano nos pôs em confronto com alguns dos nossos principais adversários pela briga pela permanência na Série A, logo nos primeiros 10 jogos de cada turno. Assim, quase em sequência, enfrentamos, Avaí, Juventude, Santos, Coritiba, Botafogo, Cuiabá e Ceará. Já naquela que poderia ser chamada de “segunda metade”, nos foi incumbida a missão de jogar contra as equipes de maior investimento e que teoricamente iriam brigar por uma vaga na Libertadores e pelo título. Daí vieram, São Paulo, Fluminense, Fortaleza, Flamengo, Internacional, Bragantino e Palmeiras. Como refresco nesta fase, apenas Goiás e Atlético-GO.
Isso explica o bom início do Coelhão em cada turno da competição. No primeiro, chegamos a estar na 5a posição na 9ª rodada, e no segundo, após ter estado na zona de rebaixamento, nos recuperamos e conquistamos uma confortável 8ª posição por muitas rodadas, especialmente após Mancini passar a contar com um elenco menos desfalcado e até com alguns reforços. As chegadas de Benítez, Mastriani, Martínez e Ricardo Silva, proporcionaram ao treinador um número maior de opções, que em compensação, também perdeu Jaílson, Paulinho Boia e Pedrinho ao longo da competição, sendo que os dois últimos não foram repostos com jogadores de características semelhantes das quais o esquema tático adotado tanto precisa.
As derrotas em casa contra São Paulo, Fortaleza e Flamengo, repetem o que havia ocorrido no turno, quando o Coelhão perdeu para as mesmas equipes fora do Independência. No turno, contra os próximos cinco adversários, perdemos três vezes e ganhamos apenas duas partidas, e esta sucessão de resultados ruins nesta segunda metade, nos levou ao Z4 na 17ª rodada.
Embora matematicamente Cuiabá e Atlético-GO, que estão na zona da degola, ainda possam ultrapassar os 45 pontos já conquistados pelo Deca Mineiro, (Avaí e Juventude, os últimos na classificação, já não podem mais), o objetivo americano vinha sendo até agora a vaga para a Libertadores. Mas estando a 6 pontos do G6, ocupando agora a 9a posição e tendo pela frente os esperados confrontos difíceis contra Internacional, Bragantino, Palmeiras, e até o próprio Atlético-GO, se considerarmos que o clube goiano pode chegar à última rodada ainda lutando contra o rebaixamento, será que é ainda possível sonhar com a uma nova disputa da maior copa interclubes promovida pela CONMEBOL no ano que vem?
Depende de qual América estará em campo.
Se após a partida contra o Fluminense fomos unânimes em exaltar o futebol competitivo de todo o time e a força do grupo e opções de banco que Mancini passou a contar, nas derrotas recentes em casa, vimos um time cometendo erros que pensávamos que haviam sido corrigidos e aprendidos pela equipe como um todo.
Contra o Flamengo, de nada adiantou voltar com Germán Conti e seus quase dois metros de altura à zaga e levar um gol de cabeça em cobrança de escanteio, fato que já não acontecia a algum tempo. O argentino também não foi suficientemente eficaz no combate aos dois extremos ofensivos de velocidade do time carioca, Marinho e Cebolinha, principalmente se considerarmos a escalação de última hora do lento Danilo Avelar pela lateral esquerda, que substituiu Marlon, lesionado. No segundo gol sofrido, o setor defensivo, incluindo Everaldo que fazia o primeiro combate, deixou o ex-atacante gremista entrar na grande área sem maiores dificuldades e mantendo uma distância confortável para o arremate. Erro grave e primário de marcação. E o que dizer a respeito dos seguidos escorregões de Éder e Ricardo Silva durante as partidas no nosso estádio? Será que o problema está no tipo de chuteira escolhida ou ao fato do gramado ser molhado antes dos jogos?
No meio, Kal voltou à equipe com uma proteção facial e com seu futebol de mediano para baixo. Não lembra o bom volante que parecia ter se tornado na temporada passada. Alê voltou a fazer uma partida abaixo da média, retendo a bola em demasia, atrasando os contra ataques americanos e pior, gerando a favor do adversário, ao perder a posse dela. Além disso, teve oportunidades claras de gol e as perdeu. Está merecendo um período no banco de reservas, se considerarmos que temos um Benítez para o substituir, mesmo que o argentino agregue pouco defensivamente. Juninho, sempre o mais regular do time, não tem feito boas partidas, apesar de ter sido ainda o melhor dos três do meio de campo que começaram no sábado. O problema é que os seus companheiros de setor também estão mal. Será que o futebol dele piorou justamente por isso? O trio de ataque inicial com Azevedo, Wellington Paulista e Everaldo esteve abaixo daquele que começou o segundo tempo com Everaldo, Mastriani e Matheusinho, embora há que se considerar que a entrada de Benítez, também na etapa complementar, deixou o setor ofensivo melhor municiado. Fica claro, no entanto, que o Coelho depende muito dos seus extremos e que o centroavante é praticamente uma figura decorativa no esquema de Mancini, qualquer que seja o jogador escalado na posição. Aliás, se a renovação do contrato de WP9 dependia da sua atuação contra o rubro negro, por exemplo, ele já pode preparar as malas de volta prá casa. Aloísio e Henrique Almeida que entraram ao longo da partida, de nada acrescentaram.
Estacionado na tabela de classificação com 45 pontos já algum tempo, o América vai rodada a rodada, dando adeus ao sonho de disputar uma nova Libertadores pela perda de posição e pela aproximação das outras equipes na pontuação geral. A recuperação ainda é possível, claro, mas é melhor os americanos começarem a pensar em uma Sul Americana, porque ao continuar atuando da forma que vem jogando e tendo os adversários que tem pela frente, pode até ser que a permanência na Série A seja o único objetivo que será alcançado pelo Coelhão no ano, principalmente se não vencer o Goiás no meio da semana.
Vamos prá cima deles, Coelhô!!!
Abraço,
Cesar Santos
Se você ainda não ouviu ou não conhece, todas às sextas-feiras tem um episódio do podcast “Santos Americanos”, falando sobre o Coelhão das Minas Gerais e disponível no Spotify, Amazon Music, Apple Podcasts, Deezer, Google Podcasts, TuneIn, Radio Public, Pocket Casts e no You Tube, com a participação deste que lhes escreve. O programa conta com o Marcão do Castelo, famoso por seu blog e aparições em diversos programas de conteúdo do América. Para ouvir, basta procurar por “Santos Americanos” no campo de pesquisa na sua plataforma predileta. As sugestões de pautas e comentários para o programa podem ser enviados para os perfis no instagram e twitter de @decasweb e @marcaodocastelo, ou aqui no blog e no campo de comentários no You Tube.
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No último episódio comentamos a respeito das renovações de contratos que vencem ao final do ano. Quem merece permanecer no elenco em 2023?
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Foto: América FC
César, apesar da difícil jornada das próximas 4 rodadas, jornada dificultada por nós mesmos, ainda acredito na classificação para a Libertadores. Se conseguirmos 07 pontos em 12, iremos a 53 pontos e teremos 17,852% de chances de Libertadores, segundo matéria do Superesportes. É um número possível, mesmo sabendo que no 1º turno, contra essas mesmas 4 equipes fizemos apenas 3 pontos. Se conseguirmos 08 pontos, subiremos para 50% de chances. Se vierem 3 vitórias, a chance vai para 78,5%. O jogo que considerava fundamental para a Libertadores foi aquele contra o Fortaleza, o qual deveríamos ter vencido em casa. Tudo dependerá de uma vitória amanhã. Forte abraço!
Grande César!
Em primeiro lugar, parabéns pelo texto. Quanto mais pessoas expondo ideias e falando sobre o Coelho, melhor.
Eu concordo com você em vários pontos, principalmente na análise que faz da sequência de jogos que pegamos no início do turno e do returno. Ganhamos os jogos (alguns deles muito difíceis) e acumulamos pontos. Mas o futebol oscilou demais, principalmente quando analisamos peça por peça. Kal voltou e passou a ser menos um em campo. WP é bom jogador, mas nem sempre consegue dar tudo de si. A idade pesa, não dá pra negar, e é injusto cobrar mais do que o jogador pode oferecer.
Não quero bancar o pessimista, mas acredito que não jogaremos a libertadores. Por uma lado,…